Quando se dá o diagnóstico de qualquer problema apresentado por uma criança, o propósito não é enquadrá-la apenas em um NOME, RÓTULO ou TRIBO. Mas, oferecer caminhos para se trabalhar, prevenir ou reduzir os aspectos trazidos por seu problema, oferecendo estratégias compensatórias ou de ajuste. Além de descartar preocupações com outros diagnósticos, por exemplo: ser insano ou incapaz, podendo ser compreendido em suas dificuldades genuínas em determinadas situações, onde outras crianças ou adultos achariam fáceis e agradáveis de realizar.
A criança com transtornos de desenvolvimento como a Síndrome de Asperger não têm características físicas que indicam alguma diferença, e ter capacidade intelectual dentro da média pode levar os outros a terem grandes expectativas em relação ao seu comportamento social.
Por isso, uma vez que o diagnóstico é confirmado e compreendido, pode haver uma mudança positiva significativa nas expectativas, aceitação e apoio de outras pessoas; devendo haver ELOGIOS em vez de críticas em relação á competência social, e reconhecimento da confusão e esgotamento da criança, que deverá aprender dois currículos na escola: o currículo acadêmico e o currículo social.
Para os pais, a vantagem de conhecer e compreender o diagnóstico é que, finalmente, eles têm uma explicação para os comportamentos e habilidades incomuns de seu filho ou filha, e o conhecimento de que a condição não é causada por uma criança com “defeito”.
A família pode, então, ter acesso ao conhecimento sobre a Síndrome de Asperger a partir da literatura e da internet, recursos de agências governamentais e grupos de apoio, bem como acesso a programas para melhorar a inclusão social e programas comportamentais para o gerenciamento de emoções que beneficiarão enormemente toda a família.
Também pode haver maior aceitação da criança dentro da família extensa e amigos da família. Os pais agora podem fornecer uma explicação aceitável para outras pessoas sobre o comportamento atípico da sua criança.
Os irmãos poderão saber que seu irmão ou irmã é incomum e podem tornar-se mais compassivos, tolerantes e preocupados com quaisquer dificuldades ou embaraços, ou ficarem mais intolerantes ou com sentimentos antagônicos. Cada irmão fará suas próprias acomodações para o irmão com a Síndrome de Asperger. Mas, os pais, agora, podem explicar a seus filhos porque seu irmão ou irmã é diferente, e como a família terá que, e, precisará ajustar e trabalhar de forma cooperativa e construtiva para programar as estratégias de aprendizagem.
Os irmãos também precisarão saber como ajudar seu irmão ou irmã em casa quando os amigos visitarem e também, tomarem consciência de seu papel e responsabilidades na escola, no bairro, e até nas redes sociais, auxiliando na inclusão.
As vantagens para os serviços escolares, especialmente os professores, é que o comportamento incomum da criança e o perfil das habilidades sociais, cognitivas, linguísticas e motoras são reconhecidos como uma desordem legítima que deve proporcionar acesso a recursos para ajudar o professor.
A confirmação do diagnóstico também deve ter um efeito positivo nas atitudes de outras crianças na sala de aula e outros funcionários que têm contato com a criança.
O professor pode acessar informações de livros didáticos e programas de recursos especificamente desenvolvidos para professores de crianças com Síndrome de Asperger. O professor também pode explicar a outras crianças e funcionários que ensinam e supervisionam a criança, porque ele ou ela se comporta e pensa de uma maneira diferente.
Poderá haver desvantagens em ter um diagnóstico em termos de como a pessoa e os outros percebem as características, se a notícia de diagnóstico for transmitida amplamente, havendo inevitavelmente algumas crianças ou adultos que usam mal essa revelação para atormentar e desprezar a pessoa com Síndrome de Asperger ou outros transtornos do desenvolvimento.
Ao se ter um diagnóstico, o trabalho é para o desenvolvimento de sentimentos de autoafirmação como descrito por Liane Holliday Willey (Willey 2001, p.164)
– Não estou com defeito. Eu sou diferente.
– Eu não vou sacrificar a minha autoestima para a aceitação dos pares.
– Eu sou uma pessoa boa e interessante.
– Vou ter orgulho de mim mesmo.
– Sou capaz de me relacionar com a sociedade.
– Pedirei ajuda quando precisar dela.
– Eu sou uma pessoa que é digna do respeito dos outros e aceitação.
– Eu encontrarei um interesse na carreira em acordo com minhas habilidades e interesses.
– Eu vou ser paciente com aqueles que precisam de tempo para me entender.
– Eu nunca vou desistir de mim mesmo.
– Eu me aceito como eu sou.
O diagnóstico deve facilitar expectativas realistas, mas não DITAR os LIMITES de CAPACIDADE.