Será que o meu filho não está bem ou estou a exagerar? O que é que um psicólogo poderá fazer por ele? Será o momento de ir ao psicólogo? Como lhe explicar que vai ao psicólogo?
Estas são algumas das questões que podem surgir aos pais quando algo os preocupa em relação ao seu filho, seja porque o seu comportamento se alterou, porque está com dificuldades na escola, porque a criança (ou mesmo a família) está a passar por uma fase mais difícil. Enfim, os motivos podem ser muitos e diferentes.
E, de facto, a decisão de ir ou não ao psicólogo nem sempre é fácil e, por isso, aqui ficam algumas indicações que poderão facilitar esta decisão.
A criança, não sabendo exatamente como falar das suas emoções,pode manifestá-las de uma forma menos adequada, ou pelo menos, de uma forma diferente daquela que os adultos gostariam que ela o fizesse. Seria tão mais fácil se a criança simplesmente dissesse “Sinto-me triste porque tenho saudades do pai” ou “Estou frustrado porque hoje na escola não consegui fazer os exercícios que a professora me pediu”… A verdade é que na maioria das vezes isto não acontece desta forma.
Quando,por algum motivo,não se sente bem (por exemplo, dificuldades na escola, morte de um ente querido, separação dos pais…), a criança pode apresentar comportamentos de agitação, agressividade ou desobediência, que não lhe são comuns. Por essa razão, este tipo de comportamentos pode levar os adultos a interpretá-los como falta de educação ou afronta, quando na realidade eles podem significar algo como: “Mãe, Pai, olhem para mim, vejam como eu não me estou a sentir bem”. Outras crianças ficam tristes, isolam-se ou regridem nalguns comportamentos, sendo também sinais a que os pais devem estar atentos e que podem ser indicadores de que é o momento de procurar ajuda.
É natural os adultos nem sempre saberem como devem lidar com estes comportamentos e a ajuda de um psicólogo pode ser um grande auxílio.
Uma forma de ponderar sobre se será o momento de procurar um psicólogo é ter em conta três aspetos: a intensidade, a frequência e a duração das manifestações comportamentais. São comportamentos tão intensos que estão a prejudicar o dia-a-dia do seu filho (e da família)? Acontecem de uma forma mais frequente daquela que acontecem com as outras crianças da mesma idade? Já duram há algum tempo? A resposta afirmativa a estas questões poderá ser uma outra pista de que é a altura de procurar apoio.
Se tomou então a decisão de procurar um psicólogo, importa saber que a primeira sessão poderá ser só com os pais, de forma a esclarecer o que os preocupa e como tem sido o desenvolvimento da criança.Aproveite para falar abertamente sobre as suas dúvidas.
Explique ao seu filho que ele irá ao psicólogo, pois estão preocupados com ele e querem apoiá-lo da melhor forma. Fale da consulta de uma forma positiva e diga-lhe que o psicólogo ajuda as crianças e as suas famílias a resolverem os seus problemas e a sentirem-se melhor. A criança sentir-se-á mais tranquila ao perceber que a ajuda será para todos.
Nos momentos seguintes, o psicólogo terá algumas sessões com a criança, que permitirão compreender o que se passa com ela e determinar se será importante prosseguir para um acompanhamento.
Em caso de acompanhamento, a envolvência dos pais é imprescindível. Por vezes, ajudar os pais é a melhor forma de auxiliar a criança. Esteja disponível para colaborar naquilo que o psicólogo lhe pedir.
Não estranhe se o seu filho partilhar que só fez jogos, desenhos ou brincou na sessão. O trabalho com a criança passa muito pelo recurso ao lúdico, para a partir daí se compreender o que ela pensa e como se sente.
Após as sessões, respeite o espaço do seu filho, deixe-o falar do que ele quiser e se ele quiser, é importante que ele perceba que é um espaço dele.
O psicólogo é um profissional de ajuda, coloque-lhe todas as suas questões, ao sentir-se mais tranquilo já estará a ajudar o seu filho.
Cátia Teixeira
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia from:http://onossot2.com/2016/07/quando-se-deve-levar-um-filho-ao-psicologo/
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